"Todos admitem quão louvável é, em um príncipe, manter a fé e viver com integridade e não com astúcia. No entanto, nossa experiência tem sido de que os príncipes que fizeram grandes coisas não deram muita importância à boa fé e souberam contornar o intelecto dos homens pela astúcia e, no final, venceram aqueles que confiaram em sua palavra.? (NICCOLO MACHIAVELLI, O Príncipe)
Ei, você está preparado para sentir raiva?
Mas para aprender aquilo que os políticos não querem nunca que você saiba.
Então, vamos lá?
A primeira coisa que precisamos pensar é que a política é algo que se impõe.
E como Maquiavel já ensina na lição acima? os príncipes são astutos e nos vencem.
Existe uma visão ingênua de que as coisas nascem de baixo para cima quando se trata de política.
Mas não é verdade.
O poder político é sempre coercitivo.
Por exemplo, você pode não achar justo e não ter vontade de pagar um determinado imposto.
Você pode ver que um governo é corrupto e usa mal aquele seu dinheiro do imposto.
Mas isso pouco importa.
Você é coagido a pagar.
O poder político é algo que funciona de cima para baixo.
Um evento top-down.
Já parou para pensar que qualquer governo é um monopólio?
Não existe a possibilidade de governos, num mesmo território, e nas mesmas esferas (municipal, estadual, federal) coexistirem.
Só pode existir um e pronto.
Em qualquer setor da sociedade, de maneira geral, achamos um absurdo que existam monopólios.
Imagina uma única empresa de alimentos, tecnologia, etc.
Mas justamente só existe um governo e com poder suficiente para nos obrigar.
Mesmo que ele seja conduzido por pessoas mal-intencionadas. Ou mesmo grupos?
Pense nos partidos felizes sentados sobre os bilhões do vergonhoso fundo eleitoral.
Diz aí (pode colocar nos comentários): Você acredita mesmo que o Congresso Nacional representa a vontade do povo?
Ou seja, dito de outra forma: Eles representam mesmo a sua vontade?
O que eles têm feito é mesmo o seu desejo cívico para o país?
Vem eleição e vai eleição? mas o sistema, o estado, o poder coercitivo permanecem?
Nos impondo, mesmo contra a nossa vontade.
Bom, vem aí mais 6 pensamentos de Maquiavel para nos despertar dessa ingenuidade. Para escancarar que esse é um poder que nos impõe? e que o príncipe e sua gangue, muito antes do bem comum, estão ocupados em se manter no poder com suas regalias? e se preciso farão você sangrar para manter isso.
É HORA DE ENFRENTAR O PRÍNCIPE:
"A um príncipe nunca faltam razões legítimas para quebrar sua promessa." (capítulo 18).
Eu sei? eu sei Estávamos todos felizes com a festa da democracia! Você foi lá com a sua bandeira e você acreditou naquele seu candidato! Você brigou com a sua família e com alguns colegas por causa dele. Ele é diferente! Ele se preocupa com os pobres. Ele não quer o poder apenas.
Ahhhh? mas ao longo do tempo vemos que os príncipes que elegemos não cumprem o que prometeram? e pior, muitas vezes, fazem coisas contrárias. Claro, claro? você pode acreditar nas desculpas? Afinal, como ensina Maquiavel: Nunca faltam razões legítimas para se quebrar as promessas. Agora acreditar nisso é problema só seu! Pensar dá trabalho, meus caros? e essa foi só a primeira lição.
?Os homens escalam de uma ambição para outra.? (NICCOLO MACHIAVELLI, Discursos sobre Lívio.)
E claro, eles podem se servir de ideologias ou qualquer artimanha à disposição para chegar lá. Cuidado com essa visão romântica que os candidatos a príncipe são dessa ou daquela convicção e que nunca mudam. Eles mudam quando isso convém a eles e os mantém no poder.
?Um príncipe não deve ter outro objetivo ou pensamento, nem escolher outra coisa para seu estudo, a não ser a guerra e suas regras e disciplina; pois esta é a única arte que pertence àquele que governa, e é de tal força que não apenas defende aqueles que nascem príncipes, mas muitas vezes permite aos homens ascender de uma posição privada a esse grau. A primeira causa de sua perda é negligenciar esta arte; e o que lhe permite adquirir um estado é ser mestre na arte." (O Príncipe, capítulo XIV).
Sim, é pela força que se conquista um Estado. E é por meio da coerção, ou medo dela, que obedecemos. Um dos terríveis fundamentos dessa arte é o que temos na próxima lição:
?Donde se deduz que os homens devem ser afogados ou exterminados; pois, se eles podem vingar-se das pequenas ofensas, das graves não podem; de modo que a ofensa que se faz ao homem deve ser suficiente para neutralizar qualquer possibilidade de vingança.? (O Príncipe, capítulo 3).
Assim agem os governos para perpetuar-se no poder, como aquele guerreiro que mata o inimigo e todos os seus filhos, mesmo crianças, para não deixar um herdeiro capaz de vingá-lo.
"Você deve saber que há duas maneiras de contestar, uma pela lei, a outra pela força; o primeiro método é próprio dos homens, o segundo dos animais; mas como o primeiro muitas vezes não é suficiente, é necessário recorrer ao segundo." (O Príncipe, capítulo 18).
Agora um agravante aqui. Quem faz as leis? Você acredita mesmo que o Congresso é formado por pessoas virtuosas e competentes o suficiente para produzir leis? Diz-se que para as coisas funcionarem bem numa Nação é preciso poucas e claras leis. Será que é por isso que temos uma das maiores Constituições do mundo e diversos códigos confusos? Por que será, também, que somos um dos países em que mais se tem faculdades de direito do planeta? Não se irrite com Maquiavel, ele está apenas sendo realista.
?Daí nasce uma controvérsia, qual seja: se é melhor ser amado ou temido. Pode-se responder que todos gostariam de ser ambas as coisas; porém, como é difícil conciliá-las, é bem mais seguro ser temido que amado, caso venha a faltar uma das duas.? (Maquiavel, O Príncipe, capítulo VIII).
Caros Superleitores? agora preparem-se e vejam como continua o próprio Maquiavel essa citação que acabamos de ler.
Antes de ler, faço um alerta: Tenha foco? jogue as distrações pela janela, tranque a porta, mas não perca o texto a seguir.
?Porque, de modo geral, pode-se dizer que os homens são ingratos, volúveis, fingidos e dissimulados, avessos ao perigo, ávidos de ganhos; assim, enquanto o príncipe agir com benevolência, eles se doarão inteiros, lhe oferecerão o próprio sangue, os bens, a vida e os filhos, mas só nos períodos de bonança, como se disse mais acima; entretanto, quando surgirem as dificuldades, eles passarão à revolta, e o príncipe que confiar inteiramente na palavra deles se arruinará ao ver-se despreparado para os reveses. Pois as amizades que se conquistam a pagamento, e não por grandeza e nobreza de espírito, são merecidas, mas não se podem possuir nem gastar em tempos adversos; de resto, os homens têm menos escrúpulos em ofender alguém que se faça amar a outro que se faça temer: porque o amor é mantido por um vínculo de reconhecimento, mas, como os homens são maus, se aproveitam da primeira ocasião para rompê-lo em benefício próprio, ao passo que o temor é mantido pelo medo da punição, o qual não esmorece nunca.? (O Príncipe, capítulo VIII).
Não são apenas nas eleições que eles fazem o diabo para serem eleitos. A tal sociedade perfeita, igualitária, etc., não existe? Ao longo da história, sempre houve aqueles que comandavam e os que obedeciam? que eram comandados. Uma eleição não muda isso, mas ao contrário pode perpetuar esse modelo.
Se você chegou até aqui, e tenho certeza que muitos caíram pelo caminho, te convido a fazer parte de um grupo seleto de pessoas que tem a coragem de ver além do véu, além dos muros.
Caso você seja essa pessoa.
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Até a próxima.
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